A Comissão da Verdade da Escravidão negra e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Amapá) promoveram a roda de conversa “O que o 13 de maio não aboliu”. O evento tratou do contexto histórico que envolveu a abolição da escravatura e as consequências dela até os dias atuais, na visão das várias entidades e instituições participantes do evento.
O encontro aconteceu na noite desta segunda-feira (13) no Barracão Tia Biló, localizado no Laguinho, bairro tradicional por suas raízes negras, e contou com a participação de advogados, representantes da OAB Amapá e sociedade. A mesa de conversa mediada pelo Advogado e presidente da Comissão de Cultura, José Souza, recebeu a professora Dra. Nelma Nunes, do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade Federal do Amapá (NEAB/UNIFAP); o psicólogo, Babalorixá Luizinho Ijexá; a pedagoga e cantadeira de marabaixo, Laura Silva; o advogado, Eduardo Pereira, secretário da Comissão da Verdade Sobre a Escravidão Negra; a advogada Maria Carolina Monteiro, presidente da Comissão da Igualdade Racial; e o sociólogo Marco Antônio, que representou a Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para os Povos Afrodescendentes.
A vice-presidente da Comissão e advogada Anny Arouxa, falou sobre a importância da roda de conversa ser em um ambiente fora da OAB Amapá. “A ideia, em primeiro momento, é sair do ambiente formal da OAB e trazer a discussão para a comunidade. Desta forma nós podemos ouvir os anseios da população negra e encontrar formas de garantir direitos a essas pessoas, bem como a Ordem faz com outras parcelas da sociedade”, explicou.
“A OAB, através da Comissão, promove o evento para lembrar que a descriminação contra a população negra continua e que precisamos combater o racismo, pois ainda temos resquícios da escravidão atualmente. A Ordem está preparada para atuar na defesa dessa parcela da população, que soma mais de 50% da população brasileira”, concluiu a advogada.
Para a pedagoga e cantadeira de marabaixo, Laura Silva, a data é um momento de reflexão não só para a comunidade negra do Amapá, mas para todos. “Nós buscamos uma sociedade onde nos olhem como iguais, onde sejamos equiparados aos demais brasileiros”, explicou e concluiu agradecendo o apoio da OAB Amapá. “Ter a OAB aqui hoje é uma garantia de que vai ter alguém lutando pelas nossas causas”, finalizou.
Sobre a Data
No dia 13 de maio de 1888, a Lei Áurea, que pôs fim à escravidão no Brasil, foi aprovada e sancionada. No entanto, a discriminação racial ainda predomina em diversas camadas da sociedade brasileira. Assim, o Dia da Abolição da Escravatura também serve como um momento de reflexão e construção de diálogo para conscientização e educação, colaborando para erradicação completa qualquer tipo de preconceito racial.
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